quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma Prece

Como é horrorosa a idéia do
nada!
Como são dignos de lástima os que crêem que a voz do amigo, que chora outro amigo, se perde no vácuo e nenhum eco acha em resposta!
Jamais conheceram as
puras e santas afeições, os que pensam que tudo morre com o corpo; os que supõem ser o Espírito que ilumina o mundo, com a sua vasta inteligência, um jogo da matéria, extinguível para sempre, qual um sopro; os que
cuidam que do mais caro ente — seja pai, mãe, esposa ou filho adorados — nada mais subsistirá além do póque o tempo dissipará irrevogavelmente!
Como pode um homem sensível se conservar impávido ante semelhante pensamento? Como é possível que a idéia de um aniquilamento absoluto não o gele de horror e não o
faça ao menos desejar que assim não seja? Se até aopresente sua razão não foi suficiente para lhe dissipar asdúvidas, aí está o Espiritismo, que vem pôr termo a todas asincertezas acerca do futuro, mediante as provas materiais que oferece, da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo. Por toda parte essas provas são acolhidas alegremente. A confiança renasce, porque o
homem fica sabendo que a vida terrestre não é mais que curta passagem, que o conduzirá a melhor existência; que seus trabalhos neste mundo não ficam perdidos, e que as
mais santas afeições não se despedaçam sem esperança.

PRECE. Dignai-vos, meu Deus, acolher
favoravelmente a prece que vos dirijo pelo Espírito de meu filho e permiti-lhe entrever as vossas divinas luzes, tornando-lhe
fácil o caminho da felicidade eterna. Consenti que os bons Espíritos lhe levem as minhas palavras e o meu pensamento.
Tu que me eras caro neste mundo, ouve a minha voz que te chama para te dar novo testemunho de afeição. Deus permitiu que fosses libertado antes de mim: lamentar-me seria egoísmo, pois com isso provaria
desejar-te ainda as penas e sofrimentos da vida. Aguardo resignadamente o instante da nossa união nesse mundo mais feliz, em que me precedeste.
Sei que a nossa separação é apenas momentânea e que, por mais longa que pareça, sua duração se apaga diante da felicidade eterna que Deus reserva aos seus
eleitos. Preserve-me a sua bondade de cometer qualquer ato que retarde esse almejado instante, poupando-me
assim a dor de não te encontrar, ao sair do meu cativeiro terrestre.
Oh! como é doce e consoladora a certeza de que entre nós não há senão um véu material que te oculta à minha vista; que podes estar ao meu lado, ver-me, ouvirme como outrora, ou melhor ainda; que não me esqueces,
assim como de ti não me esqueço; que os nossos pensamentos não cessam de se confundir e que o teu me segue e ampara sempre!
A paz do Senhor fique contigo.

A Prece

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