E todos comeram e ficaram fartos. Marcos, 6:42
O místico ou o santo se alimenta mais por anagogia, pois este é quase seu estado normal.
Busca, por intermédio dos dons que possui, um pão por excelência de maior valor, o pão do céu.
O alimento físico com exagero é para espíritos ainda presos às sensações inferiores. Cristo-alimento
é uma demanda oportuna para a alma desenvolver os poderes internos, disciplinando os
instintos animais e educando os impulsos que não afinam com a graça divina. É um desafio às
nossas necessidades evolutivas. É certo e justo que o corpo precisa abastecer-se de elementos que
lhe garantam a vida física, porém, o Mestre dos mestres já ensinava a Seus discípulos: Não só de
pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus — Mateus,
4:4. E isto era conceito de antigos pergaminhos de profetas do passado, continuando em vigor
hoje e eternamente.
O pão do céu referido é uma essência espiritual que a alma é capaz de absorver no sono,
em êxtase ou em processos da oração, e por pouco que seja, ainda se encontra no ar, na água e
nos alimentos indispensáveis à vida. É como se fosse o hálito do Criador, interpretando a
criação. E desse alimento divino poderás ser também um canal para os outros, dependendo do
modo pelo qual vives: ele se afasta quando a cólera se apossa do espírito, se dispersa quando o
ciúme envenena o coração, desaparece quando a maledicência trabalha com a língua do possesso...
Esse alento superior existe em profusão na alma de quem ama, e passa por todos os canais das
virtudes mencionadas pelos Evangelhos.
Cristo-Alimento vem evidenciar no nosso mundo mental a formação de novas idéias no
campo da filosofia, assim como estender argumentos nos conceitos religiosos, para que a
ciência entenda o valor das virtudes e a profundidade da educação espiritual. Estamos
encaminhando para uma época de menos alimento físico e mais pão espiritual; e mesmo o material
está caminhando para a fluidez do seu estado: o visível é materialização do invisível, e o Senhor dá
prova disso, quando multiplicou os pães várias vezes para a multidão de pessoas famintas.
Quando não puderes doar o pão de trigo ao que tem fome, oferta o alimento da palavra
revestida de amor, de carinho e de fé, e se estiver ao teu alcance, faze as duas coisas. A mente é
uma lavoura de recursos sem limites, e o coração é um celeiro imensurável, que nunca se
esgotará, quando movido pela fraternidade universal! Cristo, quando abria a boca, no comando das
Suas idéias luminosas, tudo fazia pelas inúmeras mãos do gênio que se chama Amor. O homem
atual ainda não descobriu essa força poderosa, capaz de remover o mundo e solucionar os
problemas da humanidade. Jesus o revelou na sua feição máxima, todavia, as criaturas, não
suportando a luz do amor puro, criaram as divisões concernentes às necessidades de cada
povo, difundindo os raios desta virtude excelente, para depois encontrar o foco energético da vida,
que João Evangelista denominou de Deus, dizendo, por não achar outro termo, Deus é Amor!
E o Amor por excelência das excelências é o alimento da vida, onde todos, senão a
humanidade inteira, podem comer e se fartar eternamente.
E todos comeram e ficaram fartos.
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