quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Pobre Coração

Pobre coração,
que não tem jeito.
Dentro do peito,
parece almofada
de algodão.

Bate ainda,
mas não sangra;
sofre,
mas não sente,
as agulhas
da paixão.

Pobre coração,
expremido
em seu pulsar,
sem notar
o dolorido
dos alfinetes
do sonhar.

Pobre coração,
insensível
aos gemidos
da saudade,
sem fazer afrouxar
os fios apertados,
da dor inexprimível
da solidão.

Pobre coração,
que de amar em compulsão,
mais parece
almofada
de ilusão...

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