sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MUTILAÇÕES CONGÊNITAS

Sempre penoso o quadro em que se lhes patenteia o regresso à Espiritualidade.

São eles os nossos irmãos mutilados nos próprios sonhos.

Exaltavam a força da liberdade, no entanto, desarvoraram-se na indisciplina e se enrijeceram na violência, em que se articulam o desespero e a perturbação.

Dedicavam-se ao amor, entretanto, cristalizaram-se na afeição possessiva, enovelando-se nas teias da delinqüência.

Consagravam-se à atividade, mas abraçaram os movimentos da ambição desregrada e caíram em avareza e penúria de espírito.

Cultivavam a justiça, todavia, agindo sem misericórdia, tresmalharam-se nas pedras da tirania e da impressão.

Iluminavam-se de boas intenções; contudo, ainda incapazes de integração com as Leis Divinas que consideram o bem de todos, apagaram raciocínios brilhantes nas sombras do remorso.

Após a desencarnação, são eles os portadores do complexo culposo que carregam em si os remanescentes dos atos infelizes a que se empenharam...

Lamentam os braços de que se serviram para a ofensa ao próximo e a si mesmos;

lastimam os pés que os transportaram para a consumação de delitos nos quais dilapidaram os interesses de legiões de pessoas;

menosprezam os órgãos de comunicação afetiva com que enlouqueceram corações sensíveis, ao satisfazerem apetites inferiores sem qualquer noção de responsabilidade, em nome do amor;

e deploram as engrenagens do cérebro com que realizaram o próprio suicídio para se reencontrar no Além mais perturbados e desditosos.



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Claramente inabilitados para a vida nas Esferas Superiores e suficientemente infelizes para serem enviados a qualquer esquema de punição, já que a própria mente descontrolada lhes recomenda, em benefício próprio, a hospitalização carcerária, tão somente se lhes descortina uma estrada ao suspirado reequilíbrio: o retorno ao corpo terrestre a fim de que o remédio da regeneração, no veículo do esquecimento temporário, lhes seja administrado pelas forças da vida, na reconstituição gradativa dos recursos que desgastaram ou destruíram pela autodeterminação, no curso do tempo...



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Irmãos que renascestes em regime de cassação transitória, quanto a implementos determinados do corpo, agradecei aos vossos pais o carro físico em que vos encontrais provisoriamente, para reajuste e reparação...

Nunca vos levanteis contra as criaturas que vos entreteceram a cela curativa em que vos achais, já que herdastes psicologicamente, de vós próprios, as insuficiências, mutilações, dificuldades e inibições que trazeis do berço em auxílio à solução de vossos problemas e necessidades.

Tão importante se faz a tarefa dos vossos genitores, que nas Leis Divinas doadas ao mundo pelo mandato de Moisés, recomendou o Senhor se inscrevesse o mandamento inesquecível, como sendo obrigação para todos os filhos da Humanidade: “Honrai o vosso pai e a vossa mãe”.

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