Dentre os fundamentos básicos da Doutrina Espírita, há um cuja importância faz dele um
fator determinante para o nosso progresso espiritual: o livre-arbítrio, que é a possibilidade que
todo indivíduo tem de determinar a própria conduta, isto é, de escolher entre o bem e o mal, entre
o certo e o errado.
A partir de nossa primeira encarnação como seres humanos, utilizamo-nos desta
possibilidade de escolha para determinar o caminho que desejamos seguir. Portanto, se
optamos pelo bem, nosso progresso será rápido, e se preferimos o mal, retardamos
nosso adiantamento, permanecendo estacionários.
E assim vamos construindo nosso caminho, hora decidindo pelo certo, hora decidindo pelo
errado, e aí, sofrendo as conseqüências deste erro e aprendendo com elas.
Em nosso cotidiano a todo momento é necessário se fazer escolhas: compro ou vendo?
Trabalho ou me divirto? Corto ou tinjo o cabelo? Troco de carro? Faço regime? Abro um
negócio? Vou ou fico? Rio ou choro?... São decisões importantes ou triviais que, no entanto,
resultam na forma que conduzimos nossa vida. Cabe, então, a cada um de nós a
responsabilidade pelos nossos atos, nossas escolhas, nossas decisões.
Entretanto, nos habituamos a responsabilizar o meio em que vivemos pelos nossos próprios atos.
Foram os outros ou a própria situação que me fizeram agir assim, dizemos, tentando nos
isentar de qualquer culpa. Esquecendo-nos que por mais que o meio possa influenciar, a decisão
final do que fazemos ou deixamos de fazer será sempre nossa, e a responsabilidade também.
Portanto, é de nossa competência utilizarmos o livre-arbítrio para crescermos como
pessoas, progredindo espiritualmente e fazermos nossa vida melhor. A valorizarmos, a
engrandecermos, a alegrarmos.
São escolhas minhas:
- Ao me levantar, estar bem-humorado, despertar o entusiasmo e a confiança daqueles com
quem convivo. Dizer um bom dia! Sonoro e verdadeiro, contagiando a todos com a alegria de
viver. Ou ficar de péssimo humor, distribuindo desaforos e palavras amargas, tornando
o ambiente pesado e desagradável, optando pela tristeza ao invés da alegria.
- Diante de uma situação irritante ou aborrecida, irritar-me e me aborrecer, ou simplesmente
decidir que manterei a calma e conduzirei de forma equilibrada a situação.
- Se é alguém a me dirigir palavras ofensivas, posso deixar que me atinjam profundamente,
revidar com palavras mais ásperas ainda, ou resolver que aquelas ofensas não me atingirão.
Analisar a pessoa que as profere e observar o quanto ela está mal, irritada, nervosa, e que
não quero isto para mim, mantendo-me em outro nível, controlada e bem.
- Ao deparar com uma situação aparentemente errada como: um almoço que deveria estar
pronto e não está; um filho que não tomou banho apesar da hora adiantada; um trabalho mal
feito; algo que deveria ter sido realizado e não foi; etc... , antes de cobrar, acusar, xingar,
brigar, procurar saber o que aconteceu, o porquê, a causa de não ter sucedido o que
deveria. Para depois, com tranqüilidade, resolver de forma justa e acertada o que fazer.
- Agir com ponderação e sensatez diante das dificuldades, certos de que para tudo há uma
solução. Ou se desesperar, complicando ainda mais com o desgoverno e o descontrole.
- Optar por, ao menos tentar, agir sempre corretamente, pelo certo ao invés do errado, a favor
do bem e contra o mal. Ou não se importar com ética, honestidade, moralidade, humilhando,
traindo, enganando. Se afundando em escolhas que mais cedo ou mais tarde trarão graves
conseqüências.
Além destas, são muitas as escolhas que devemos fazer em nosso dia-a-dia cujas
conseqüências resultam numa vida mais tranqüila, equilibrada e saudável. Ou num verdadeiro
inferno, com implicâncias, intolerância, impaciência e mau humor.
A justificativa "eu sou assim e pronto" é argumento dos fracos e acomodados. Temos nossas
vidas em nossas mãos e mudá-la, transformá-la, melhorá-la é questão de vontade e
perseverança.
E se temos alguma dúvida quanto à forma correta de agir, lembremo-nos das palavras do
Mestre Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", e busquemos em seus ensinamentos a
forma com que devemos nos conduzir.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário