terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ante o Sublime

"Não faças tu comum o que Deus purificou" (Atos, 10:15).

Existem expressões no Evangelho que, à maneira de flores a se salientarem
num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos
ante o seu brilho e perfume peculiares.
A voz celeste, que se dirige a Simão Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito
mais vastos que o problema individual do apóstolo.
O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto, considera-se num
campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam.
Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento,
tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço
dos séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção
dos valores que o rodeiam.
Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?
Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de sol?
Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?
Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos animais?
Quantos séculos terá empregado a Paciência do Céu na estruturação complexa da
máquina orgânica em que o Espírito encarnado se manifesta?
A razão é luz gradativa, diante do sublime.
Não te esqueças, meu irmão, de que o Senhor te situou a experiência terrestre num
verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por
um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da
multiplicação dos Tesouros Eternos.
Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas
e com os dons divinos...
Pensa, estuda, trabalha e serve.
Não suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu.

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