terça-feira, 16 de setembro de 2008

Amigos, irmãos de alma

Tenho amigas muito antigas, recentes, surpreendentes, mágicas, superficiais, momentâneas, definitivas e conclusivas.

Comunico-me com a maioria via Internet porque elas são daqui e de lá, estão disponíveis, ou mais ou menos.

Há fases e fases!

Pelo tom de voz ou pelas letras digitadas já sinto algo e quase sempre sinto que acerto.

Logo entro na vida delas sem cerimônia, fazendo perguntas, procurando motivos, traçando linhas para entender a figura inteira dos acontecimentos.

Procuro dividir emoções, somar sentimentos e compaixão, multiplicar conhecimentos sobre a vida prática e teórica e às vezes me pego subtraindo energias e tristezas.

Resultado: nós somos uma só!

Quando desatinamos a rir é pura mágica!

Como somos divertidas!

Vemos como podemos ser descontroladas, patéticas, bobinhas, neuróticas, infantis e até barraqueiras, podemos nos soltar na maioria das desgraças que os dramas se minimizam, tudo fica passível de graça.

E o que são problemas, medos e vergonhas se não a graça divina do aprimoramento?

Consigo alcançar as amigas especialmente quando estou bem, graças a Deus, elas devem dizer, mas já vi que quando estou menos bem a comunicação embaça, há desencontros e quando preciso mesmo e com urgência, incontáveis vezes já observei que não as encontro em parte alguma, somem para lá da estratosfera.

Todas!

Toda a modernidade dos equipamentos vai direto para a caverna.

Tudo pifa!

Aí me peguei perguntando porque isso.

Fico num jogo interno de procuras.

Parece que minha alma é a relação direta com as amigas porque elas contêm o melhor de mim.

Quando não as encontro em momentos críticos, estou certa de que é um exercício: só tenho a mim mesma para contar.

Digo: outra vez?

Respiro fundo e faço o que posso com minha amiga mais próxima do momento, ela, minha alma, com quem converso sem palavras, num dialeto que ainda tento assimilar.

Parece uma Internet cósmica porque pulo entre dimensões, vou e volto!

E vejo como é preciso me apoiar, me dar a mão, me conduzir e acompanhar em todo processo até o momento de dizer: você é demais!

Conseguiu de novo ou será conseguimos?

E reafirmar que tudo o que realmente quero e preciso acontece.

Pode ser até que essas coisas não sejam as que idealizei mas o movimento natural da vida nos leva para frente, onde há acontecimentos para nós!

Nosso lugar fica remarcado, mais na frente no tempo, mais perto da luz.

Talvez nesta era da informação, nesta maravilhosa evolução, estejamos com os amigos e ao mesmo tempo sem eles, ligados por uma luz qualquer entre fios que podem nos fazer sentir acompanhados, sem na verdade estar.

Antes, estávamos lado a lado, sentados numa varanda fresca tomando lanche ou num quarto de jovens ouvindo música e trocando figurinhas emocionais.

Hoje, virtuais.org!

Temos que ser essas companhias presentes para nós mesmos.

Esse tudo que entende, para nós mesmos!

E não pode doer, faz parte!

É o amadurecer da vida, a inovação, o preço pela evolução de nós mesmos.

É o momento de começarmos a acordar também para as novidades internas que teimam em nos confrontar dia após dia.

Somos, vivemos e morreremos sós.

Sim, nós e nós mesmos fazemos nossa solitude florescer lindamente porque estamos todos sempre ligados ao todo maior, por isto, tanta alegria nas uniões entre amigos, estes irmãos de alma.

Novos ângulos de visão nos permitem ser nossos sempre amigos, acompanhados de nós mesmos.

Continuaremos, todos os amigos, dividindo sentimentos e emoções, mas certamente sem a busca do ouro no outro.

Vamos nos encontrar no transbordamento de todas as riquezas

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