sábado, 2 de agosto de 2008

QUANDO A OPÇÃO PODE SER A SOLIDÃO

Pode não ser a solução ideal, mas viver só, muitas vezes é uma opção saudável de vida, principalmente para quem não encontra pessoas que respeitem seu espaço. E este é um direito inalienável, do qual não se deve abrir mão. Realmente, para se conviver com pessoas que não saibam respeitar nosso espaço, a solidão nos será muito mais prazerosa.



"O seu direito e o seu espaço terminam onde começam os meus, e vice versa."



Esta é uma das maiores verdades, e uma das maiores conquistas pessoais que existe.



Vamos ver um caso particular. Por razões diversas uma pessoa pode ficar só. Pode ser por viuvez, por uma separação, ou simplesmente por uma opção de vida, talvez por não ter encontrado na juventude alguém que julgasse digno de viver em sua companhia.



Pessoas com personalidade forte preferem ficar sós, pois sempre será problemático encontrar quem se submeta às suas vontades. A solidão passa a ser uma auto defesa.



Essa pessoa traça seu caminho. Dedica-se a uma profissão, na qual obtém pleno êxito, o que logicamente lhe traz plena satisfação pessoal.



Muitas vezes, poderá sentir falta de alguém a seu lado. Pode bater aquele desejo de arranjar uma companhia. Mas sempre será problemático qualquer relacionamento nessas condições. Afinal já viveu muitos anos sempre dirigindo a própria vida a seu bel prazer.



Contudo, mesmo sem procurar, acaba encontrando alguém de quem gosta, cuja companhia lhe dá prazer. Como ela, esse alguém também é uma pessoa plenamente realizada, e que tem excelente padrão de vida.



Entendem-se e iniciam um relacionamento. Ela expõe ao parceiro seu ponto de vista. Considerando-se realizada em sua carreira profissional, dela não quer abrir mão, pois ocupa uma posição importante em sua firma. Quer também manter a privacidade de sua vida pessoal, como sempre o fez. Cada um deve viver em sua casa. Essa é a melhor maneira para que esse relacionamento dê certo. Cada qual em seu espaço, não cabendo qualquer interferência no modus vivendi.



Em princípio, ele concorda com todas as condições, e iniciam um relacionamento plenamente satisfatório.



Contudo, com o passar do tempo, ele começa a querer mudar as regras do jogo, achando que ela perde muito tempo em sua vida profissional, e principia com pequenas pressões, porque começa a sentir ciúme de suas atividades, de seus relacionamentos profissionais.



Insiste para que morem juntos, e que ela deixe o trabalho, para poder dedicar-lhe mais tempo. Quer sua presença constante. Oferece-lhe uma vida de extremo conforto material.



Aí começa o dilema. Ela começa a ver que pelo andar da carruagem, vai ter que abrir mão de tudo aquilo porque lutou a vida toda, e que lhe dá plena realização. Pessoa de muito raciocínio, entende que um amor surgido assim do nada, pode terminar da mesma maneira que surgiu. Como já dizia Vinícius, “o amor é eterno enquanto dura...”, e que podemos também lembrar que pode ser eterno, enquanto é terno.



Assim, se ela atender à nova exigência de seu parceiro, poderá, se o amor terminar, ficar sem parceiro e sem profissão. Opta pelo término do relacionamento, embora sofra com isso.



Realmente, é uma situação delicada. Por um lado uma posição sólida, pela qual investiu toda sua vida, uma realização profissional, conseguida após anos de estudo e muita dedicação. Por outro lado, uma vida boa tranquila, pelo menos enquanto houver o interesse de ambas as partes.



Fatalmente, ela sentirá mais falta de sua vida profissional, onde se sente plenamente realizada, feliz, do que desse relacionamento de pouco tempo.

Há que se considerar que, além do vazio em que se transformará sua vida sem a agitação de sua vida profissional, sempre haverá uma certa cobrança, pois de início sua posição e seu espaço foram aceitos, e depois não mais. Por que essa mudança?



Ainda mais se considerarmos que ambos tem um passado, relacionamentos anteriores, filhos, uma série de circunstâncias a serem levadas em conta, e que não podem ser desprezadas.



Portanto, entendo que a atitude mais coerente é mesmo essa, pois ao exigir uma tomada de posição, e que abandonasse sua vida, esquecendo algo que lhe é muito precioso, e pelo qual lutou toda uma vida, seu parceiro mostrou não ter muito respeito por seu espaço pessoal. Assim, entre a segurança de algo solidamente plantado em muitos anos, e um relacionamento “eterno enquanto dure”, penso que não há muito o que se analisar.



O amor é muito bonito, muito bom. Justamente por esse motivo é muito importante que NOS AMEMOS. E a melhor maneira de nos amarmos, é nos respeitarmos, querendo que nos respeitem também.



Casos como esse, encontramos muitos, e é preciso lembrar que, para cada caso, uma solução. Não existe uma fórmula mágica que sirva para todos os casos. Chegando a essa encruzilhada, há que se ponderar devidamente antes de se tomar uma decisão.



A essa amiga, e a todos, desejo UM DIA DE MUITA LUZ.

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