sábado, 2 de agosto de 2008

Prece

Senhor!... Sei que nos deste a todos

Um encargo ou missão.

Nada promoves sem objetivo,

Nada fazes em vão.

À estrela conferiste

A bênção de agüentar-se e refulgir sem véu,

Tal qual sucede ao Sol que nos conduz

Pelas vias do Céu.



Atribuíste à Terra

A função de compor e recompor

A forma em que o trabalho nos confere

A ciência do amor.



Colocaste no mar a investidura imensa

De externar-te o poder

E à fonte o privilégio de ensinar-nos

A humildade por norma e o perdão por dever.



Comissionaste as árvores amigas,

Em que a lição do bem se exprime e se condensa,

Para a tarefa de guardar-te a vida

E auxiliar sem recompensa.



Doaste à flor o dom de perfumar

E puseste na estrada o dom de conduzir,

Deste música às aves, deste ao vento

O doce ministério de servir.



Tudo te filtra a glória soberana,

Tudo te exalta a Lei,

Em razão disso, eu própria reconheço

Que quase nada sou e quase nada sei.



Mas se posso pedir-te alguma coisa,

Converte-me, Senhor, a própria imperfeição

Num canal pequenino que te mostre

A força da bondade e a luz da compaixão.

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