quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O PÃO

Em casa, chega o momento
Destinado à refeição. . .
Raro aquele que recorda
A história de luz do pão

Quase sempre, vem de longe,
Das zonas do campo em flor
Oferecer-se à criatura
Em nome do Pai de Amor.

Foi semente sepultada
Na terra ferida e escura,
Ressuscitando em seguida
Nas belezas da verdura.

Suportou lutas amargas,
Noites ásperas, sombrias,
Recebendo chuva e sol,
Tempestades, ventanias.

Adornou-se em primavera,
Risonha, sublime, eleita,
E entregou-se alegremente
Ao segador na colheita.

Padeceu processos vários,
Viveu peregrinações,
Desde a ceifa rude e longa,
Ao prato das refeições.

Conforme reconhecemos,
Esse pão, quase sem nome,
É dádiva do Criador,
Que vem mitigar a fome.

Mensageiro humilde e santo
De carinho e de bondade,
É o laço entre a Providência
E a nossa necessidade

O amor e a abnegação
Resumem-lhe a bela história;
O espírito de serviço
É a vida de sua glória.

*
Coração que sofre amando
Na fé sublime e sem jaça,
Vai ser pão na Mesa Augusta
Dos Bens da Divina Graça.

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