quinta-feira, 7 de agosto de 2008

No ritmo

Uma das piores coisas que fizemos foi permitir que a vida moderna nos afastasse do nosso ritmo natural.

Temos hora para tudo e em tanta hora marcada pouco ou nenhum tempo sobra para seguirmos o nosso próprio ritmo.

Assim como um tambor se sintoniza com as batidas do coração da Mãe Terra, nós também podemos nos sintonizar com essas batidas, quando entendemos que o tempo natural não cabe dentro do relógio e nem dos calendários que não têm ligação com a natureza.

O tempo, que nos leva para além dele, só cabe no ritmo do nosso coração, aí transitamos em paz.

Se há uma coisa que eu não consigo mais fazer é sair do meu ritmo; eu logo fico meio desorientada quando tenho que fazer alguma coisa com pressa, se o meu tempo é o devagar ou vice versa, porque ritmo não tem a ver com pressa ou devagar e sim com estar em sintonia com o que sua natureza pede no momento.

E felizmente a nossa natureza não costuma consultar calendários ou relógios para nos sinalizar o que vai nos fazer inteiros e presentes.

Sempre que chego na casa da montanha me esqueço do tempo marcado e naquele dia não foi diferente.

Deitei-me no chão da varanda, de um lado que não costumava e estava tão a vontade, tão dentro do momento, que me senti em perfeita sintonia com o ritmo daquele lugar, da Mãe Terra, onde a vida pulsa.

Fui para esse lado porque o vento trouxe a chuva, que caia bem forte, para onde eu estava e quem sou eu para ir contra o vento, mas, como não queria me molhar, lá fui procurar um outro lugarzinho para descansar depois do almoço e sem pensar coloquei as almofadas no chão assim que virei o outro lado da varanda e me deitei ali.

Pronto, foi só o que precisei para me sentir completamente relaxada e em paz com a vida, só muito tempo depois é que percebi que estava em frente à pilastra que me impedia um pouco de ver as árvores e a horta.

Mas estava tão bem que qualquer movimento para o lado podia ser demais, nem me dei ao trabalho de discutir com minha mente que já queria argumentar que sem a pilastra na frente a vista seria mais bonita.

Que vista que nada, eu estava sentindo-me tão presente que nem dei bola para a mente e fiquei ali, parada, sentindo.

Parece que eu pulsava com a vida toda ao redor e meu coração batia no mesmo ritmo que o coração da Mãe Terra.

Assim quando dançamos ou realizamos uma jornada xamânica, ao som das batidas de um tambor e somos levados naturalmente a um fluxo natural para além do que prende, também na nossa vida diária podemos acessar esse ritmo natural e entrar nesse fluxo, que faz com que caminhemos em harmonia e bem estar e permitindo que essa harmonia se expanda ao nosso redor.

No outro dia, já era segunda-feira, tinha que ir ao banco fazer um recadastramento.

Mas, ao contrário do que pensei, só consegui sair de casa muito tarde, quase na hora do banco fechar.

É que nada conseguia me fazer apressar, eu estava fazendo tudo no meu ritmo, que naquele dia era bem devagar, mas estava desfrutando de cada passo na direção ao banco.

Ali não tinha montanha, nem árvores, nem silêncio só quebrado pelo o som dos animais.

Tinha barulho de cidade, poluição, ritmo alucinante.

Mas, naquele dia eu não me deixei levar por tudo que poderia me tirar do centro, onde o nosso ritmo impera soberano e tudo que poderia ser difícil fluiu fácil e feliz.

Eu não resisti a nada e nada resistiu a mim.

(texto de Rubia A. Dantés)

Navegando pela Internet, encontrei este texto e decidi compartilhá-lo com você.

Junto a ele, envio-lhe muito amor, carinho, boas energias e meus desejos de dias e noites repletas de saúde, amor, paz de espírito e muita luz!

Envio-lhe também muitos beijinhos bem carinhosos, do meu coração para o seu coração!

"Sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grata."

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