sábado, 16 de agosto de 2008

NA VIDA

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não arrisca vestir uma cor nova
e não fala com quem não conhece .

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o escuro ao invés do claro
e os pingos nos "is"
a um redemoinho de emoções,
exatamente a que resgata o brilho nos olhos,
o sorriso nos lábios e coração ao tropeços.

Morre lentamente
quem não vira a mesa
quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto,
para ir atrás de um sonho.

Morre lentamente
quem não se permite,
pelo menos uma vez na vida,
ouvir conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja, não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
quem passa os dias queixando-se
da sua má sorte
ou da chuva incessante.

Morre lentamente
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
nunca pergunta sobre um assunto
que desconhece e nem responde
quando lhe perguntam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em suaves porções,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior
que o simples ar que respiramos.

Somente com infinita paciência
conseguiremos a verdadeira felicidade.

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