O materialismo é uma doutrina filosófica que encara os fatos e acontecimentos do Universo como
explicáveis em termos de matéria e movimento. A concepção materialista abrange igualmente,
os processos psíquicos, como o pensamento e os sentimentos, interpretando-os como resultado
de causas inerentes ao sistema nervoso. Para esta teoria, a única realidade concreta é a matéria
em movimento, a qual, por sua riqueza, produz efeitos surpreendentes de ordem psíquica ou
mental. Surgiu no ano VI a.C. através dos filósofos gregos Tales de Mileto e Anaximandro.
Esta filosofia ficou por séculos restrita a uns poucos seguidores, tendo ressurgido em meados do
século passado com o chamado materialismo dialético de Marx e Engels, quando
popularizou-se e passou a ser oficialmente adotado pelo regime comunista em boa parte do
mundo.
Com a queda do muro de Berlim e conseqüente derrocada do regime comunista, o materialismo
prático foi praticamente extinto, restando uns poucos seguidores, não por convicção, mas por
não terem encontrado uma outra vertente filosófica que os satisfaçam
No entanto, ao analisarmos a situação da sociedade, verificamos que o materialismo ainda não
está extinto, apenas se modificou em sua forma. Está ainda muito vivo no excessivo apego
às coisas materiais e no consumismo exacerbado que impõe às pessoas. O materialismo
moderno é ainda mais pernicioso, pois age de forma sutil no indivíduo, que nem mesmo percebe
ser seu prisioneiro.
Os que se dizem espiritualistas por freqüentar determinada religião, sem vivenciarem seus
ensinamentos morais; os que vão semanalmente aos templos, dedicando umas poucas horas
semanais às coisas do Espírito; os que procuram as práticas espirituais apenas para
estarem de bem com Deus, quando na verdade visam uma compensação financeira; enfim
estes, entre tantos, são os materialistas modernos, não pela ignorante convicção dos de outrora,
mas por puro interesse material.
O desaparecimento desta filosofia se dará de forma natural, pois, como nos diz Allan Kardec
“a humanidade necessita crer no futuro e jamais se contentaria com o vazio que ele
(o materialismo) deixa após si”. Para que isto aconteça é preciso o ser humano mudar o ponto
de vista pelo qual encara a vida terrena. Deve conscientizar-se que a verdadeira vida é a
espiritual (eterna) e que esta, que vivemos na matéria, é apenas transitória. Ao
compreendermos que a vida real é infinita, entenderemos que se deve encarar as
presentes dificuldades com tranqüilidade, resultando numa calma de espírito que abrandará
nossas amarguras.
Os sofrimentos morais, as dificuldades de relacionamento familiar e profissional, o desencanto
da vida, a esperança perdida e outros tantos desequilíbrios, são os frutos deste materialismo
que se apodera de nosso ser apesar de, teoricamente, nos acharmos espiritualistas. O
Espiritismo nos dá a amplitude de pensamento necessária para abrir-nos novos horizontes,
substituindo esta visão estreita e mesquinha que concentra nossos objetivos na vida material e
que nos transforma em materialistas pós-modernos.
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