quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Materialismo pós-moderno

O materialismo é uma doutrina filosófica que encara os fatos e acontecimentos do Universo como

explicáveis em termos de matéria e movimento. A concepção materialista abrange igualmente,

os processos psíquicos, como o pensamento e os sentimentos, interpretando-os como resultado

de causas inerentes ao sistema nervoso. Para esta teoria, a única realidade concreta é a matéria

em movimento, a qual, por sua riqueza, produz efeitos surpreendentes de ordem psíquica ou

mental. Surgiu no ano VI a.C. através dos filósofos gregos Tales de Mileto e Anaximandro.



Esta filosofia ficou por séculos restrita a uns poucos seguidores, tendo ressurgido em meados do

século passado com o chamado materialismo dialético de Marx e Engels, quando

popularizou-se e passou a ser oficialmente adotado pelo regime comunista em boa parte do

mundo.

Com a queda do muro de Berlim e conseqüente derrocada do regime comunista, o materialismo

prático foi praticamente extinto, restando uns poucos seguidores, não por convicção, mas por

não terem encontrado uma outra vertente filosófica que os satisfaçam



No entanto, ao analisarmos a situação da sociedade, verificamos que o materialismo ainda não

está extinto, apenas se modificou em sua forma. Está ainda muito vivo no excessivo apego

às coisas materiais e no consumismo exacerbado que impõe às pessoas. O materialismo

moderno é ainda mais pernicioso, pois age de forma sutil no indivíduo, que nem mesmo percebe

ser seu prisioneiro.



Os que se dizem espiritualistas por freqüentar determinada religião, sem vivenciarem seus

ensinamentos morais; os que vão semanalmente aos templos, dedicando umas poucas horas

semanais às coisas do Espírito; os que procuram as práticas espirituais apenas para

estarem de bem com Deus, quando na verdade visam uma compensação financeira; enfim

estes, entre tantos, são os materialistas modernos, não pela ignorante convicção dos de outrora,

mas por puro interesse material.



O desaparecimento desta filosofia se dará de forma natural, pois, como nos diz Allan Kardec

“a humanidade necessita crer no futuro e jamais se contentaria com o vazio que ele

(o materialismo) deixa após si”. Para que isto aconteça é preciso o ser humano mudar o ponto

de vista pelo qual encara a vida terrena. Deve conscientizar-se que a verdadeira vida é a

espiritual (eterna) e que esta, que vivemos na matéria, é apenas transitória. Ao

compreendermos que a vida real é infinita, entenderemos que se deve encarar as

presentes dificuldades com tranqüilidade, resultando numa calma de espírito que abrandará

nossas amarguras.



Os sofrimentos morais, as dificuldades de relacionamento familiar e profissional, o desencanto

da vida, a esperança perdida e outros tantos desequilíbrios, são os frutos deste materialismo

que se apodera de nosso ser apesar de, teoricamente, nos acharmos espiritualistas. O

Espiritismo nos dá a amplitude de pensamento necessária para abrir-nos novos horizontes,

substituindo esta visão estreita e mesquinha que concentra nossos objetivos na vida material e

que nos transforma em materialistas pós-modernos.

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