sábado, 30 de agosto de 2008

Gosto... Não gosto... Gosto...

Geralmente a gente gosta ou não gosta à primeira impressão, mas aí vem a mente nos mostrando por A mais B do que podemos ou não gostar e porquê e muito sutilmente acabamos nos convencendo de que gostamos de coisas que não gostamos, ou que não gostamos de coisas que gostamos.

Como nos deixamos influenciar pelas marcas, pelos rótulos, títulos, e quase nunca pelo sentir.

Quantas vezes passamos a olhar com outros olhos para pessoas quando sabemos quem elas são, e esse quem infelizmente, para a maioria, não tem muito a ver com os valores genuínos e sim com acréscimos externos.

Pensamos gostar de tanta coisa que na verdade não gostamos e deixamos de lado tantas outras que poderiam de fato nos dar mais felicidade.

É que o gostar deixou de ser sentimento para muitas vezes se tornar razão e aí é que perdemos o rumo.

Parece que se o nosso gostar não está de acordo com a maioria, precisamos esconder lá no fundo, porque do contrário somos taxados de errados por sentir assim e quando aprendemos tanto a não expressar os sentimentos que brotavam livres quando éramos crianças, eles foram ficando tão escondidos que, para saber se gostamos ou não de uma coisa precisamos ver a marca, os títulos, os cursos, os diplomas, etc, quando seria tão mais simples só sentir e ser fiel ao que sentimos.

Fazemos listas e listas do que é e do que não é adequado para nossa vida e nos esquecemos de escutar um pouquinho que seja o nosso coração.

E os filhos, coitadinhos, vejo tantas crianças que não têm espaço nem para brincar quanto mais para gostar.

Quanta gente está perdida porque encontra pessoas que, pela razão são perfeitas para elas, mas que elas não gostam no sentido de se envolverem e quantas outras encontram pessoas que gostam muito, mas abrem mão porque elas não se adequam às muitas exigências da razão.

Será que o que está errado é a medida, e não a pessoa?

Será que não estamos medindo tudo com a régua do racional e esquecendo que existe uma outra forma de saber o que é bom, que é bem mais simples.

Porque colocamos tantas regras a uma coisa que acontece ou não acontece, naturalmente.

Obrigamos-nos a gostar de coisas ditas imperdíveis e acabamos engolindo a seco o que a nossa Alma não engole de jeito nenhum.

Espera um pouco, não vá assim com tanta sede ao pote, o que parece ser ouro pode ser lata.

Sempre que vamos com sede ao pote de ouro da razão acabamos pagando um preço muito alto por não termos escutado o nosso primeiro impulso, que era sair correndo léguas e léguas daquele falso brilho...

Por que não fomos em busca do que nos trouxe simplesmente uma sensação boa, mesmo que ali não tivessem as promessas douradas das coisas que agarramos?

Porque pensamos serem as melhores, as melhores coisas não são aquelas que pensamos, mas, aquelas que sentimos...

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